No final do dia todos se reúnem ao redor da fogueira para poderem contar cada um suas historias, seus sonhos e devaneios. Mas isso é um passado longínquo que não nos pertence mais, pois hoje vivemos os tempos onde para contar suas histórias as pessoas se isolam a luz de seus monitores, sua pequena fonte de luz, fria e diferente do fogo que aquecia e acolhia. Essa luz só distancia cada vez mais as pessoas, elas se hiptonitizam e se deixam enganar por essa luz que ao invés de confortar só faz sentir mais frio e vazio.
Quando tinhamos que vencer distâncias para vermos quem nos era querido, venciamos essa distância com olhares fortes e esperanças, mas hoje nós só reclamamos, pois essa comunicação facíl nos engana. Essa pseudo-proximidade que as telas nos dão não passam de enganação, pois não sentimos mais o calor e a companhia de uma pessoa especial, tudo que fazemos é elerger pessoas desconhecidas como grandes amigos, sem nunca ter olhado dentro dos olhos dessa mesma pessoa, nunca ter ouvido sua vóz. Perdemos o dom de criar laços afetivos verdadeiros com poucas pessoas, ao contrário, trocamos esse dom por uma maldição que pode encerrar de vez as relações humanas verdadeiras, a habilidade de criar falsos laços, falsas lembranças e amizades que surgem num instante e acabam alguns instantes depois.
Vivemos a era do apego desapegado, pois pensamos não poder viver sem alguem que nunca vimos; da independêcia dependente; pior ainda, de memórias descarteveis, que vem e vão como fotos digitais, que retratam momentos desefreadamente, sem se importar com o significado do momento.
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